Bienal Negra de Dança estreia nesta quinta-feira (27) em Fortaleza, no CCBJ

A primeira edição da Bienal Negra de Dança começa nesta quinta-feira (27), no Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), e segue até o dia 29 no CUCA Barra. A programação reúne apresentações, rodas de conversa, lançamentos de livros e artistas de Fortaleza, Maracanaú, Trairi, Itapipoca, Russas, São Paulo, além de convidados da Colômbia e de Cabo Verde.

A abertura contará com a apresentação “Make it jazzy” e o lançamento dos livros: “Grafias na pedra” (Luzia Amélia), Processos de aprendizagem e criação em danças afroancestrais (Gerson Moreno) e Educação das relações étnico-raciais (Fran Bernardino).

Segundo O Próprio Rubéns, um dos organizadores, a escolha por reunir artistas de várias cidades e de outros países parte de uma decisão de pluralização. “Foi o nosso pontapé inicial para não criar uma bienal só de Fortaleza, mas sim para já a pensar numa atividade que possa ser descentralizada. Começando agora em Fortaleza, mas querendo abarcar presencialmente outras cidades também”, afirma. Ele cita ainda a articulação com o Fórum de Estudantes Negros e Periféricos das graduações em Dança da UFC, que reúne jovens oriundos de diferentes municípios.

Ele também aponta que esta primeira edição foi construída sem financiamento público direto. “Ninguém ganhou nenhum edital, ninguém ganhou dinheiro de nada, então tá sendo tudo praticamente com zero recurso financeiro”, afirma o organizador, destacando que a realização se apoia em parcerias e articulações locais.

A proposta da Bienal é ocupar espaços periféricos e reconhecer onde as danças negras acontecem no estado. “A Bienal Negra nasce com essa proposta de descentralizar a dança e de lembrar de nós, que somos periféricos em sua maioria, e de onde as danças negras estão, pensando nas localidades onde elas se situam”, afirma Rubéns.

Para o público, ele avalia que a presença de um evento composto integralmente por artistas negros tem impacto imediato na cena. “Acredito que o primeiro impacto seja a de um evento feito de artistas negros para artistas negros, um evento com 100% de pessoas negras”, afirma. Ele destaca também a relação com escolas, cursos técnicos e graduações em dança, que devem acompanhar a programação.

Rubéns aponta que a visibilidade gerada pela Bienal também se relaciona à circulação e ao fortalecimento da economia da arte produzida por pessoas negras no Ceará. “A gente precisa de algo, de um evento de garantias de circulação, de garantias de construção de renda também, porque a gente vai falar também de economia do povo negro a partir das artes”.

A programação inclui ainda aula magna de Rui Moreira, diretor de dança da Funarte, que falará sobre presença negra na dança no Brasil.

Serviço: Bienal Negra de Dança
Data: 27 de novembro
Horário: 19h
Local: Centro Cultural Bom Jardim (abertura)


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